domingo, 21 de junho de 2009

A Cigarra e a Formiga

Era uma vez uma cigarra que vivia saltitando e cantando pelo bosque, sem se preocupar com o futuro. Esbarrando numa formiguinha, que carregava uma folha pesada, perguntou:
- Ei, formiguinha, para que todo esse trabalho? O verão é para gente aproveitar! O verão é para gente se divertir!
- Não, não, não! Nós, formigas, não temos tempo para diversão. É preciso trabalhar agora para guardar comida para o inverno.
Durante o verão, a cigarra continuou se divertindo e passeando por todo o bosque. Quando tinha fome, era só pegar uma folha e comer.
Um belo dia, passou de novo perto da formiguinha carregando outra pesada folha.

Contos, fabulas e historinhas: A Cigarra e a Formiga

A cigarra então aconselhou:
- Deixa esse trabalho para as outras! Vamos nos divertir. Vamos, formiguinha, vamos cantar! Vamos dançar!
A formiguinha gostou da sugestão. Ela resolveu ver a vida que a cigarra levava e ficou encantada. Resolveu viver também como sua amiga.
Mas, no dia seguinte, apareceu a rainha do formigueiro e, ao vê-la se divertindo, olhou feio para ela e ordenou que voltasse ao trabalho. Tinha terminado a vidinha boa.
A rainha das formigas falou então para a cigarra:
- Se não mudar de vida, no inverno você há de se arrepender, cigarra! Vai passar fome e frio.
A cigarra nem ligou, fez uma reverência para rainha e comentou:
- Hum!! O inverno ainda está longe, querida!
Para cigarra, o que importava era aproveitar a vida, e aproveitar o hoje, sem pensar no amanhã. Para que construir um abrigo? Para que armazenar alimento? Pura perda de tempo.
Certo dia o inverno chegou, e a cigarra começou a tiritar de frio. Sentia seu corpo gelado e não tinha o que comer. Desesperada, foi bater na casa da formiga.
Abrindo a porta, a formiga viu na sua frente a cigarra quase morta de frio.
Puxou-a para dentro, agasalhou-a e deu-lhe uma sopa bem quente e deliciosa.
Naquela hora, apareceu a rainha das formigas que disse à cigarra: - No mundo das formigas, todos trabalham e se você quiser ficar conosco, cumpra o seu dever: toque e cante para nós.
Para cigarra e paras formigas, aquele foi o inverno mais feliz das suas vidas.

Contos, fabulas e historinhas: A Cigarra e a Formiga

Os Tres Porquinhos

Era uma vez, na época em que os animais falavam, três porquinhos que viviam felizes e despreocupados na casa da mãe.
A mãe era ótima, cozinhava, passava e fazia tudo pelos filhos. Porém, dois dos filhos não a ajudavam em nada e o terceiro sofria em ver sua mãe trabalhando sem parar.
Certo dia, a mãe chamou os porquinhos e disse:
__Queridos filhos, vocês já estão bem crescidos. Já é hora de terem mais responsabilidades para isso, é bom morarem sozinhos.
A mãe então preparou um lanche reforçado para seus filhos e dividiu entre os três suas economias para que pudessem comprar material e construírem uma casa.
Estava um bonito dia, ensolarado e brilhante. A mãe porca despediu-se dos seus filhos:
__Cuidem-se! Sejam sempre unidos! - desejou a mãe.
Os três porquinhos, então, partiram pela floresta em busca de um bom lugar para construírem a casa. Porém, no caminho começaram a discordar com relação ao material que usariam para construir o novo lar.
Cada porquinho queria usar um material diferente.
O primeiro porquinho, um dos preguiçosos foi logo dizendo:
__ Não quero ter muito trabalho! Dá para construir uma boa casa com um monte de palha e ainda sobra dinheiro para comprar outras coisas.
O porquinho mais sábio advertiu:
__ Uma casa de palha não é nada segura.
O outro porquinho preguiçoso, o irmão do meio, também deu seu palpite:
__ Prefiro uma casa de madeira, é mais resistente e muito prática. Quero ter muito tempo para descansar e brincar.
__ Uma casa toda de madeira também não é segura - comentou o mais velho- Como você vai se proteger do frio? E se um lobo aparecer, como vai se proteger?
__ Eu nunca vi um lobo por essas bandas e, se fizer frio, acendo uma fogueira para me aquecer! - respondeu o irmão do meio- E você, o que pretende fazer, vai brincar conosco depois da construção da casa?

Contos, fabulas e historinhas: Os  Três Porquinhos

__Já que cada um vai fazer uma casa, eu farei uma casa de tijolos, que é resistente. Só quando acabar é que poderei brincar. – Respondeu o mais velho.
O porquinho mais velho, o trabalhador, pensava na segurança e no conforto do novo lar.
Os irmãos mais novos preocupavam-se em não gastar tempo trabalhando.
__Não vamos enfrentar nenhum perigo para ter a necessidade de construir uma casa resistente. - Disse um dos preguiçosos.
Cada porquinho escolheu um canto da floresta para construir as respectivas casas. Contudo, as casas seriam próximas.
O Porquinho da casa de palha, comprou a palha e em poucos minutos construiu sua morada. Já estava descansando quando o irmão do meio, que havia construído a casa de madeira chegou chamando-o para ir ver a sua casa.
Ainda era manhã quando os dois porquinhos se dirigiram para a casa do porquinho mais velho, que construía com tijolos sua morada.
__Nossa! Você ainda não acabou! Não está nem na metade! Nós agora vamos almoçar e depois brincar. – disse irônico, o porquinho do meio.
O porquinho mais velho porém não ligou para os comentários, nem par a as risadinhas, continuou a trabalhar, preparava o cimento e montava as paredes de tijolos. Após três dias de trabalho intenso, a casa de tijolos estava pronta, e era linda!
Os dias foram passando, até que um lobo percebeu que havia porquinhos morando naquela parte da floresta. O Lobo sentiu sua barriga roncar de fome, só pensava em comer os porquinhos.
Foi então bater na porta do porquinho mais novo, o da casa de palha. O porquinho antes de abrir a porta olhou pela janela e avistando o lobo começou a tremer de medo.
O Lobo bateu mais uma vez, o porquinho então, resolveu tentar intimidar o lobo:
__ Vá embora! Só abrirei a porta para o meu pai, o grande leão!- mentiu o porquinho cheio de medo.
__ Leão é? Não sabia que leão era pai de porquinho. Abra já essa porta. – Disse o lobo com um grito assustador.
O porquinho continuou quieto, tremendo de medo.
__Se você não abrir por bem, abrirei à força. Eu ou soprar, vou soprar muito forte e sua casa irá voar.
O porquinho ficou desesperado, mas continuou resistindo. Até que o lobo soprou um a vez e nada aconteceu, soprou novamente e da palha da casinha nada restou, a casa voou pelos ares. O porquinho desesperado correu em direção à casinha de madeira do seu irmão.
O lobo correu atrás.
Chagando lá, o irmão do meio estava sentado na varanda da casinha.
__Corre, corre entra dentro da casa! O lobo vem vindo! – gritou desesperado, correndo o porquinho mais novo.
Os dois porquinhos entraram bem a tempo na casa, o lobo chegou logo atrás batendo com força na porta.
Os porquinhos tremiam de medo. O lobo então bateu na porta dizendo:
__Porquinhos, deixem eu entrar só um pouquinho! __ De forma alguma Seu Lobo, vá embora e nos deixe em paz.- disseram os porquinhos.
__ Então eu vou soprar e soprar e farei a casinha voar. O lobo então furioso e esfomeado, encheu o peito de ar e soprou forte a casinha de madeira que não agüentou e caiu.
Os porquinhos aproveitaram a falta de fôlego do lobo e correram para a casinha do irmão mais velho.
Chegando lá pediram ajuda ao mesmo.
__Entrem, deixem esse lobo comigo!- disse confiante o porquinho mais velho.
Logo o lobo chegou e tornou a atormentá-los:
__ Porquinhos, porquinhos, deixem-me entrar, é só um pouquinho!
__Pode esperar sentado seu lobo mentiroso.- respondeu o porquinho mais velho.
__ Já que é assim, preparem-se para correr. Essa casa em poucos minutos irá voar! O lobo encheu seus pulmões de ar e soprou a casinha de tijolos que nada sofreu.
Soprou novamente mais forte e nada.
Resolveu então se jogar contra a casa na tentativa de derrubá-la. Mas nada abalava a sólida casa.
O lobo resolveu então voltar para a sua toca e descansar até o dia seguinte.
Os porquinhos assistiram a tudo pela janela do andar superior da casa. Os dois mais novos comemoraram quando perceberam que o lobo foi embora.
__ Calma , não comemorem ainda! Esse lobo é muito esperto, ele não desistirá antes de aprende ruma lição.- Advertiu o porquinho mais velho.
No dia seguinte bem cedo o lobo estava de volta à casa de tijolos. Disfarçado de vendedor de frutas.
__ Quem quer comprar frutas fresquinhas?- gritava o lobo se aproximando da casa de tijolos.
Os dois porquinhos mais novos ficaram com muita vontade de comer maçãs e iam abrir a porta quando o irmão mais velho entrou na frente deles e disse: -__ Nunca passou ninguém vendendo nada por aqui antes, não é suspeito que na manhã seguinte do aparecimento do lobo, surja um vendedor?
Os irmãos acreditaram que era realmente um vendedor, mas resolveram esperar mais um pouco.
O lobo disfarçado bateu novamente na porta e perguntou:
__ Frutas fresquinhas, quem vai querer?
Os porquinhos responderam:
__ Não, obrigado.
O lobo insistiu:
Tome peguem três sem pagar nada, é um presente.
__ Muito obrigado, mas não queremos, temos muitas frutas aqui.
O lobo furioso se revelou:
__ Abram logo, poupo um de vocês!
Os porquinhos nada responderam e ficaram aliviados por não terem caído na mentira do falso vendedor.
De repente ouviram um barulho no teto. O lobo havia encostado uma escada e estava subindo no telhado.
Imediatamente o porquinho mais velho aumentou o fogo da lareira, na qual cozinhavam uma sopa de legumes.
O lobo se jogou dentro da chaminé, na intenção de surpreender os porquinho entrando pela lareira. Foi quando ele caiu bem dentro do caldeirão de sopa fervendo.
___AUUUUUUU!- Uivou o lobo de dor, saiu correndo em disparada em direção à porta e nunca mais foi visto por aquelas terras.
Os três porquinhos, pois, decidiram morar juntos daquele dia em diante. Os mais novos concordaram que precisavam trabalhar além de descansar e brincar.
Pouco tempo depois, a mãe dos porquinhos não agüentando as saudades, foi morar com os filhos.
Todos viveram felizes e em harmonia na linda casinha de tijolos.

Reprodução em mídia eletrônica (sites, portais) e impressa permitida somente com autorização prévia da autora

Contos, fabulas e historinhas: Os  Três Porquinhos

Curiosidades
O desenho feito pelos estúdios Disney ajudaram a tornar a história ainda mais popular.
Veja a música do desenho:
Quem tem medo do Lobo Mau
(Desenho do Walt Disney)

Com palha eu faço a casa
Pra não me esforçar
Na minha casinha
Eu toca a flautinha
Eu gosto é de brincar!
De vara é minha casa
É onde eu vou morar
Mas eu não me amofino
Vou tocando violino
O que eu gosto é de dançar!
Eu faço a minha casa
Com pedra e com tijolo
Pra trabalhar não sei dançar
Pois não sou nenhum tolo
Ele não sabe brincar, nem cantar, nem dançar
Só o que sabe é trabalhar
Podem rir, dançar e brincar
Que não vou me aborrecer
Mas não vai ser brincadeira
Quando o lobo aparecer
Quem tem medo do Lobo mau, Lobo mau, Lobo mau------------ Bis
Dou um soco no nariz
Eu dou-lhe um bofetão
Eu dou-lhe um pontapé
Derrubo ele no chão
Quem tem medo do Lobo mau, Lobo mau, Lobo mau------------ Bis

segunda-feira, 8 de junho de 2009

A floresta zangada

Todos os animais estavam muito zangados!!

Os homens não paravam de destruir a floresta: cortavam árvores, deitavam lixo no chão, provocavam incêndios, poluíam os lagos e rios... Isto tinha de acabar!!

Nessa tarde, os pássaros foram avisar todos os habitantes da floresta para comparecerem numa reunião a ter lugar nessa noite, junto ao lago.

As árvores foram as primeiras a aparecer, desajeitadas e com grandes passos ruidosos. Afinal só andavam muito de vez em quando.

Quando todos estavam já reunidos, o Lobo, que era o presidente, começou o seu discurso:

- Amigos, isto está impossível!! Eu sugeria que pedíssemos ajuda às crianças e todos juntos arranjássemos uma solução!!

- Apoiado!! – gritaram uns.

- Boa ideia!! – exclamaram outros.

Decidiu-se então que na manhã seguinte, seriam mais uma vez as aves a dar as notícias a todos os miúdos da aldeia.

Quando o Pedro acordou viu um pássaro que lhe disse:

- Tens que nos ajudar a salvar a Floresta.

O menino não sabia porquê. A ave explicou-lhe que os homens andavam a destruir a Floresta.

O Pedro disse que tinham que avisar os outros meninos. Tinham que ir às casas deles.

À tarde, todos se reuniram junto ao lago.

O Lobo foi o primeiro a falar:

- Estamos muito tristes. A nossa casa está quase destruída!! Que havemos de fazer?

O Pedro teve uma ideia:

- Vamos destruir as casas dos homens para ver se eles gostam.

Todos os habitantes da floresta concordaram.

No dia seguinte, eles foram ao ataque. Claro que os homens não gostaram nada.

Quando viram as suas casas destruídas, perceberam que não deviam estragar a floresta. Pararam de cortar as árvores, de sujar o chão e os rios e de destruir as casas dos animais.

A partir desse dia, os homens, os animais e as árvores ficaram muito contentes.

Caça ao Tesouro

Um dia, entrei num barco, pequenino e apertado, só com bancos. Iam cinquenta pessoas a bordo. De repente, começou a chover. (Ricardo).
Cada vez chovia mais e um pedaço de madeira partiu-se. (Rúben)
Começou a entrar água no barco e as pessoas conseguiram sair e foram a nado até à praia. (Tânia)
Enquanto as pessoas iam nadando até à praia, o barco ia-se afundando. (Artur)
Ao chegarem à praia viram que estavam numa ilha deserta. Mas uma das pessoas conhecia essa praia. (Tibério)
Então foram para o meio da ilha a ver se achavam algum abrigo e comida ou até uma aldeia. (Adriana)
Não viram ninguém, foram à procura de uma casa e encontraram-na. (Ana)
Na casa, um dos marinheiros achou uma folha, olhou e viu que era um mapa de um tesouro. (Tiago L.)
Decidiram ir à procura do tesouro. Seguiram o mapa e foram dar à praia. Abriram um buraco na areia e um caranguejo picou-lhes. (Márlon)
Quando olharam bem para o mapa viram que afinal o tesouro estava debaixo de água. (Tiago J.)
Chegaram à beira-mar e viram um barco à vela que estava habitado por pessoas com cara de poucos amigos. Eram piratas. (Pedro)
Mesmo assim, foram à caça do tesouro. (Fernando)
Os marinheiros foram pedir aos piratas o barco emprestado. O chefe perguntou: - Para que querem o barco?
- Para encontrar um tesouro. - responderam os marinheiros.
- Então têm que o partilhar connosco. - concluiu o chefe dos piratas. (Rafael)
Os marinheiros não concordaram e um dos piratas prendeu dois deles: o capitão e outro homem. (Sara)
Os que estavam em terra foram salvar os dois marinheiros. Prenderam os piratas porque eram em número superior. Então passou um helicóptero e eles fizeram fogo. O helicóptero baixou e três marinheiros subiram. Os restantes ficaram no barco. (Fábio)
Foram à procura do tesouro. Pousaram numa rocha e lá havia uma jangada com remos. (Débora)
Na jangada também havia fatos de mergulhadores. Vestiram-se e mergulharam. (Luís) Acharam o tesouro dentro de uma gruta, debaixo de água. (Susana)
Estava difícil de encontrar porque estava tapado com areia. Mas eles viram um pedaço de madeira. Ao saírem da água apareceu um tubarão. (Cristiano)
Este chegou ao pé dos homens que nadavam muito depressa. Mas o tubarão apanhou a perna de um dos marinheiros. No entanto, ele escapou porque os colegas o ajudaram. (Nádia)
Depois foram de helicóptero para o barco dos piratas e foram embora com o tesouro. (Tibério)
A viagem foi comprida. Ao chegarem cada um foi para o seu lado. (Tânia)
Antes, porém, o capitão dividiu o tesouro por todos. (Artur)
Com a parte dele foi comprar um barco melhor. (João)

Os Meninos Curiosos

Era uma vez três meninos pequeninos que eram muito curiosos. Andavam a brincar num jardim colorido com flores de muitas cores, debruado de arbustos verdes, onde os passarinhos trinavam alegremente. A Andreia observava as formigas no seu vai e vem, carregadas de grandes sementes, maiores que elas próprias. A Sofia descobriu um caracol sobre uma folha verde, e chamou pela Andreia: "-Andreia, Andreia, olha o caracol" E voltava a insistir: -"Andreia, Andreia, olha o caracol".

O João, que já tinha aprendido a gatinhar, andava para cá e para lá, a descobrir coisas novas que não se encontravam no seu berço. Era tudo tão grande e tão bonito !!! As grandes árvores que se estendiam no infinito, os pequenos troços de relva, a brisa no rosto...

Enquanto andava nas suas deambulações, encontrou... três pequenas arcas de madeira castanha. Quando a Andreia chegou perto, exclamou, muito entusiasmada: - "Olha, arcas do tesouro!!! O que será que tem lá dentro? Vamos, vamos procurar as chaves para as abrir!!!".

E começaram todos à procura das chavezinhas das arcas. Procuraram por entre os arbustos, por debaixo das pedras, atrás das árvores, por toda a parte, mas nada encontraram. Mas onde é que poderiam estar escondidas as chaves? Continuaram à procura, à procura, à procura... . Resolveram sentar-se, por fim, num tronco de árvore, caído, pois estavam os três muito cansados.

Mal se sentaram, o tronco resvalou e, cabuuum, taralhum, catrapum, pum, pum... deram todos um grande trambolhão! Que grande confusão! Levantaram-se e sacudiram as roupas sujas de terra e de flores. A Andreia foi ajudar o João a sacudir os seus calçõezinhos, enquanto a Sofia repetia: "Caiu, caiu, caiu...", e ria-se. Qual não foi o seu espanto quando viram uma pequena chavezinha azul mesmo no sítio onde tinha estado o tronco. Era ali que uma das chaves tinha estado escondida o tempo todo!!! Uma vez que só havia aquela chave, o melhor era experimentá-la... A Andreia pegou na chave e enfiou-a na fechadura da arca maior. Não servia! Depois foi a vez da Sofia: enfiou a chave azul na fechadura da arca e rodou... Ohhhh! Também não servia... Depois foi o João que pegou na chave e enfiou-a na fechadura da arca mais pequenina, ajudado pela Andreia, claro!!! A Sofia preparou-se para abrir a tampa da arca. Rodaram a chave com muito cuidado. A fechadura deu um estalido suave... e a tampa abriu-se. Espreitaram todos para dentro da arca com muito cuidado...

Dentro da arca estava ... o mar !!! Sim, o mar, com as suas ondas, a sua areia, os peixinhos e as conchinhas. Até tinha um barquinho!!! Dentro do barquinho estava... adivinhem só !!!... Uma chavezinha amarela. A Sofia exclamou: - Olha, olha, Andreia, uma chave... - E ria-se, feliz. E foram as duas abrir a arca do meio. O João ficou a olhar para o mar que estava dentro da arca, fascinado com o vaivém das ondas. De dentro da arca saíam gaivotas, esvoaçando em redor dele.

A Sofia exclamou: " Sou eu que abro!!! " - " 'Tá bem, 'tá bem, abre lá tu..." - disse a Andreia - "O que será que está lá dentro?" A Sofia meteu a chave na fechadura e tentou rodar, mas sozinha não conseguia. - "Ajuda, Andreia, ajuda..." - pediu. A Andreia ajudou-a a rodar a chave. A tampa da arca levantou-se quase como que por magia... As irmãs espreitaram muito devagarinho... Que bonito!!! Conseguia ver-se um campo muito verdinho, salpicado de florinhas coloridas pequeninas. Um riacho muito azulinho saltitava por entre seixinhos redondinhos, e coelhos espreitavam entre os arbustos. No fundo da arca vislumbravam-se umas montanhas com os cumes cobertos por um manto branco de neve. A Sofia chamou: - "Anda, João, anda ver, tão bonito!!! Entretanto, de dentro da arca saiu um passarinho, esvoaçando. - "Olha! " - chama a Sofia - "O piu-piu tem uma chave!" - O passarinho, que trazia uma chave vermelha no bico, esvoaçou até ao ombro da Andreia. Depois, deixou cair a chave no seu colo, levantando voo novamente. - "Olha, a chave da arca maior!!! Vamos, vamos abri-la já..."

Dirigiram-se à terceira arca e tentaram abri-la com a chave vermelha, mas a fechadura não dava de si... Tentaram de todas as maneiras possíveis, mas nada... Sentaram-se, por fim, em redor da grande arca. - "E se espreitássemos pela fechadura? " - perguntou a Andreia. Espreitaram, então, um de cada vez pela fechadura, mas não se via nada, porque lá dentro estava muito escuro. Puseram-se então à escuta, com os ouvidos encostados à arca. Ouviam-se lá muito longe crianças a chorar. De vez em quando ouvia-se: "PUM, PUM, PUM". E as crianças choravam sempre. Os irmão, cá fora, ficaram muito tristes pelas crianças que estavam lá dentro a chorar. "Vamos, vamos tentar abrir a arca novamente, para tirar os meninos daqui! " Tentaram novamente rodar a chave, com toda a força que podiam, mas esta não se movia nem um milímetro. Estavam nesta azáfama quando ouviram o vento a sussurrar:

- "Têm que chamar os meninos que estão lá dentro e pedir que os ajudem a rodar a chave........".

Os três manos começaram então a chamar: "- Venham, venham, ajudem-nos a abrir esta arca, para que possam sair daí."! E alguns meninos treparam até ao buraco da fechadura. Perguntaram lá de dentro:

" - Como? Como é que vamos abrir a arca?"

- "Nós temos aqui uma chave, só não temos força para rodar. Vamos virar a chave todos juntos?" - perguntou a Andreia.

- "Sim, todos ao mesmo tempo!" - responderam os meninos. " 1 - 2 - 3 !!! "

E a chave rodou com estrondo. A arca abriu-se, e os raios de luz invadiram a escuridão. Os meninos espreitaram, esfregando os olhos cheios de lágrimas. Não conseguiam ver, estava muito sol lá fora.

-"Por que é que estão a chorar? O que é que está lá dentro? " - perguntaram os irmãos.

- " Estamos a chorar porque temos fome e medo do escuro. Aqui há guerra e está tudo destruído e poluído. Os adultos deixaram a Natureza morrer e agora já não temos sol para iluminar, nem animais e plantas nem nada para comer.

Os três irmãos disseram: " Nós temos aqui duas outras arcas: uma tem o mar, a outra tem os campos e os montes... . Se os adultos do vosso país pudessem lembrar-se outra vez como é bonito o mundo e a natureza, certamente acabariam com a guerra."

Os meninos de dentro da arca pediram: " - Tragam para aqui as outras arcas. Assim, podemos vê-las também !!! " E os três meninos começaram a puxar as arcas. Puxaram, puxaram, empurraram e puxaram, até ficarem as três muito encostadinhas. Os meninos que estavam dentro da arca bateram palmas de alegria.

"- Vamos, vamos chamar os nossos pais, para que eles possam ver o mar e os campos. Como é tudo tão bonito !!!"

E começaram todos a visitar as arcas, até que já não se ouvia ninguém a chorar. É que no mar e no rio havia muitos peixes para comer, nas árvores muitos frutos para saborear e na terra muitos legumes para cozinhar. Os adultos recomeçaram a construir as suas casas e as crianças a brincar umas com as outras, esquecidas do passado. Tomara que não se esqueçam completamente da guerra e dos seus malefícios, para que não voltem a cometer os mesmos erros...

Com estes pensamentos, os três irmãos foram para casa, porque a mãe os estava a chamar. Quando voltaram ao jardim, um pouco mais tarde, as arcas já não estavam lá e nunca mais as viram. Também não tinha importância, porque no mundo deles ainda havia mar, terra, rios, montes e montanhas; flores de todas as cores, passarinhos com muitos trinados diferentes e outras coisas tão boas.. E um mundo novo a descobrir todos os dias.